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A terapia comportamental é um trabalho que muitas vezes é associado unicamente ao tratamento de transtornos psiquiátricos, como a depressão, fobia, pânico ou esquizofrenia. Essa é uma imagem complicada, pois não é só isso que fazemos. Certamente os dados positivos relacionados aos tratamentos comportamentais fomentaram essa imagem, principalmente por parte da mídia, que hoje vê nosso trabalho com bons olhos.
A Terapia Comportamental é oriunda de uma ciência chamada de Análise do Comportamento. Basicamente, desde que foi criada na década de 30, essa ciência tem se preocupado em descobrir e descrever os princípios básicos da aprendizagem das espécies, incluindo a nossa. São delineamentos de pesquisas historicamente desenvolvidos para responder as perguntas que há muito perseguem a humanidade, como por exemplo, por que as pessoas fazem o que fazem quando estão sob determinadas situações?
As respostas a essas perguntas vão muito além da utilidade clínica, ou estariam para muita além das preocupações com essa aplicação. A aprendizagem de novos comportamentos se faz necessária em quase todas as esferas humanas. Deseja-se que as pessoas dirijam com responsabilidade, consumam de maneira sustentável, sejam solidárias umas com as outras, lutem pelas democracias, tenham boa qualificação para o trabalho, sejam pais habilidosos, etc. Ninguém nasce sabendo como se comportar, mas nas culturas, esses conhecimentos são valorizados, e por isso transmitidos entre gerações visto a sua utilidade prática.
Trata-se muitas vezes de questões básicas de sobrevivência. Imagine se não tivéssemos progredido em nada em nosso conhecimento sobre como prevenir doenças infecto contagiosas, sobre como se comportar em momentos de crise econômica, ou ainda o que fazer para evitar desastres naturais. E é aí que entra a ciência comportamental.
Em síntese, basicamente a teoria comportamental é uma teoria da aprendizagem. Estuda-se como promover o ensino e a aprendizagem de novos comportamentos, nas mais variadas situações de convivência humana. Entendemos essa aprendizagem como sendo determinada pela bagagem genética da espécie, pela história particular de aprendizagem do indivíduo e pela cultura em que esse se desenvolveu. Negligenciar qualquer um desses contextos é para nós negligenciar uma boa análise comportamental.
Mas voltemos à terapia. A maioria dos clientes procura terapia como suporte para o aprendizado de novos comportamentos, evidentemente, que produzam melhores benefícios para si. E as demandas são bastante comuns. Problemas conjugais, dificuldades em se conseguir relacionamentos genuínos, projetos de carreira profissional, ou apreensões nos momentos de mudança na vida, como casamento, aposentadoria, nascimento de um filho (ou a sua partida), entrada na faculdade, escolha de um parceiro romântico, só para citar alguns.
Vários dos nossos comportamentos são incompatíveis com o projeto de vida que sonhamos para nós, mas não conseguimos agir diferente por vários motivos.
Às vezes porque não temos consciência do que seria uma conduta melhor, e mesmo que ela é possível dentre as possibilidades que a vida individual oferece. Aqui já acompanhei pessoas descobrindo que podem tentar empreender um novo ramo profissional, se dando conta de que é possível ser feliz com outra pessoa, ou mesmo aprendendo o que mudar para melhorar um casamento fragilizado.
Outras vezes os clientes sabem como deveriam se conduzir em determinada situação, têm habilidade para fazê-lo, mas são coagidas pelo outro a não agir diferente. Pessoas impedidas de tomar as suas próprias decisões por não saberem como lidar com uma família controladora, ou funcionários coagidos a continuarem em um cargo aversivo, são alguns exemplos. Nossas práticas sociais são carregadíssimas de interações aversivas, infelizmente, e o trabalho da psicoterapia pode ser o de ter que lidar com os produtos emocionais de tudo isso.
Ainda, em muitas situações a pessoa sabe o que fazer, mas sempre apresenta comportamentos que nunca a levariam a atingir o objetivo desejado. É incompatível querer emagrecer tendo como hobby saídas gastronômicas com o cônjuge e os amigos, ou querer para de beber, mas só interagir com colegas nos bares da vida.
Enfim, coloquei aqui algumas situações correntes em que a aprendizagem de novos comportamentos, mais adaptativos, seria algo bem vindo para o bem estar.
Na terapia a pessoa se descobre, testa, aprende e reaprende. Terapia é contexto inter-relacional para a aprendizagem. Mas não uma do tipo tentativa e erro, mas com metodologia, estruturada, segura, com começo meio e fim, utilizando o melhor do que a tecnologia comportamental pode dispor. Alguns chamam isso de promoção da qualidade de vida. Outros de saúde, enquanto um conceito mais amplo, diferente do tradicional “saúde=não doença”. Há ainda quem diga que a terapia é um contexto único de intenso relacionamento, pelo fato do cliente se sentir em conexão com seus segredos, apreensões, medos, ou paixões! Para nós terapia é aprendizagem, seja ela de habilidades, sentimentos e auto-conhecimento.
(Adaptado de Scheroki, 2008)