Curso:
Curso de Ativação Comportamental no Transtorno de Ansiedade Generalizada
Carga horária:
8 hs
Horário:
das 20h às 22h
Modalidade
Modalidade
ONLINE via plataforma Zoom - transmissão síncrona
Dias:
25-09; 26-09; 02-10 e 03-10 de 2023
Docentes:
Dr Paulo Abreu (IACC)
Dra Juliana Abreu (IACC)
Público-Alvo
Psicólogos, Psiquiatras, Estudantes Graduandos e Residentes
CARACTERIZAÇÃO
De acordo com o relatório recente publicado pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2017), o Brasil alcançou a primeira posição global de prevalência de transtornos de ansiedade, atingindo 9,3% de sua população. E dentre os transtornos de ansiedade, destaca-se o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). No TAG a ansiedade e a preocupação são excessivas e difíceis de controlar.
O tratamento com antidepressivos é a terapêutica mais bem estabelecida para o TAG, o que evidencia efeitos sobre bases fisiopatológicas comuns da depressão (e.g., eixo hipotálamo-pituitária-adrenal). E o tratamento psicossocial de escolha vem sendo a terapia cognitivo-comportamental (TCC). Contudo ambos acumulam índices pobres de eficácia que variam muito, onde somente de 40-60% dos pacientes alcançam melhora (Santiago et al., 2020).
A Ativação Comportamental (BA) foi formulada originalmente para o tratamento da depressão, e conquanto não tenha sido designada como intervenção primária na ansiedade, sua concepção de etiologia para a psicopatologia envolveu diretamente comportamentos e contextos comuns. O interesse na aplicação da ativação comportamental (BA) nos problemas de ansiedade não é exatamente novo, acumulando publicações há quase 20 anos.
Metanálise recente (Stein et al., 2020) revisou os resultados de 28 ensaios clínicos randomizados (n=1853), com amostras de participantes com depressão, analisando os efeitos da aplicação da BA em sintomas ansiosos, depressivos e na ativação. E para a investigação do efeito sobre a ansiedade, 5 estudos (n=426) foram designados por preencherem todos os critérios metodológicos de inclusão das medidas de ansiedade. Os resultados demonstraram que comparativamente aos controles inativos (e.g., lista de espera, pílulas placebo, aconselhamento suportativo) a BA apresentou maior eficácia, com significativo tamanho de efeito. Esse efeito foi comparável aos dos controles ativos, como a terapia cognitivo-comportamental. A revisão encontrou também grande tamanho de efeito para os sintomas de depressão (g=0.83) e moderado para os comportamentos de ativação (g=0,64). Os achados são bastante animadores, apontando a BA como um tratamento eficaz para os sintomas ansiosos, sobretudo nos quadros de depressão com ansiedade.
Esse curso tem por objetivo apresentar uma concepção de psicopatologia para a Ativação Comportamental coerentes com os desafios clínicos próprios dos problemas de ansiedade, oferecendo intervenções funcionalmente-orientadas consistentes e estratégicas, baseadas em processos comportamentais, para que o profissional tenha em seu arsenal uma confiável proposta psicossocial.
REFERÊNCIAS
Abreu, P. R., & Santos, C. (2008). Behavioral models of depression: A critique of the emphasis on positive reinforcement. International Journal of Behavioral and Consultation Therapy, 4, 130-145. http://dx.doi.org/10.1037/h0100838
Abreu, P. R., & Abreu. J. H. S. S. (2015). Ativação comportamental. In: J. P. Gouveia, L. P. Santos, & M. S. Oliveira (Eds). Terapias comportamentais de terceira geração: Guia para profissionais (pp. 406-439). Sinopsys.
Abreu, P., & Abreu, J. (2017). Ativação comportamental: Apresentando um protocolo integrador no tratamento da depressão. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 19(3), 238-259. https://doi.org/10.31505/rbtcc.v19i3.1065
Abreu, P. R., & Abreu, J. H. S. S. (2020) Ativação comportamental na depressão. Manole
Abreu, P. R., & Abreu, J. H. S. S. (2021a) Ativação comportamental-IACC no tratamento da depressão: Evolução da concepção comportamental funcional. In: P. R. Abreu, & J. H. S. S. Abreu (Eds.). Transtornos psicológicos: Terapias baseadas em evidências (pp. 1-14). Santana de Parnaíba: Manole
Abreu, P. R., & Abreu, J. H. S. S. (2021b). Ativação comportamental (BA‑IACC): Avaliação e formulação de caso. In: C. K. B. Oshiro, & T. A. S. Ferreira. (Eds.) Terapias contextuais comportamentais: Análise funcional e prática clínica (pp. 284-295). Santana de Parnaíba: Manole.
Abreu, P. R., & Abreu, J. H. S. S. (2022). Ativação Comportamental IACC no tratamento do transtorno depressivo maior. In: P. R. Abreu, & J. H. S. S. Abreu (Eds.). Psicopatologia: Tratamento comportamental contextual (pp. 1-10). Santana de Parnaíba: Manole
Abreu, P. R., & Abreu, J. H. S. S. (2023). Ativação Comportamental-IACC no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada. In: P. R. Abreu, & J. H. S. S. Abreu (Eds.). Atualizações em Terapia Comportamental Contextual (pp. 1-30). Santana de Parnaíba: Manole
Andrade LH, Wang YP, Andreoni S, Silveira CM, Alexandrino-Silva C, et al. (2012) Mental Disorders in Megacities: Findings from the São Paulo Megacity Mental Health Survey, Brazil. PLOS ONE 7(2): e31879. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0031879
Dygdon, J.A., & Dienes, K.A. (2014). Generalized Anxiety Disorder and Depression: A Learning Theory Connection. Journal of Depression and Anxiety, 3(1), 1–6.https://www.longdom.org/open-access/generalized-anxiety-disorder-and-depression-a-learning-theory-connection-2167-1044-3-146.pdf
Hollon, S. D., Stewart, M. O., & Strunk, D. (2006). Enduring effects for cognitive behavior therapy in the treatment of depression and anxiety. Annual Review of Psychology, 57, 285–315. https://doi.org/10.1146/annurev.psych.57.102904.190044
Hopko, D. R., Lejuez, C. W., & Hopko, S. D. (2004). Behavioral activation as an intervention for coexistent depressive and anxiety symptoms. Clinical Case Studies, 3 (1), 37–48. https://doi.org/10.1177/1534650103258969
Hopko, D.R., Robertson, S.M.C. & Lejuez, C.W. (2006). Behavioral activation for anxiety disorders. The Behavior Analyst Today, 7 (2), 212-224. https://doi.org/10.1037/h0100084
Hopko, D. R., Lejuez, C. W., & Hopko, S. D. (2004). Behavioral Activation as an Intervention for Coexistent Depressive and Anxiety Symptoms. Clinical Case Studies, 3(1), 37–48. https://doi.org/10.1177/1534650103258969
Hopko, D. R., Robertson, S. M. C., & Lejuez, C. W. (2006). Behavioral activation for anxiety disorders. The Behavior Analyst Today, 7(2), 212-232. http://dx.doi.org/10.1037/h0100084
Mangolini, V. I., Andrade, L. H., & Wang, Y.P. (2019). Epidemiologia dos transtornos de ansiedade em regiões do Brasil: uma revisão de literatura. Revista de Medicina, 98(6), 415-422. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v98i6p415-422
Martell, C. R., Dimidjian, S., & Herman-Dunn, R. (2022). Behavioral activation for depression: A clinician’s guide (2nd ed.). New York, NY: Guilford Press.
Santiago, J., Akeman, E., Kirlic, N., Clausen, A. N., Cosgrove, K. T., McDermott, T. J., Mathis, B., Paulus, M., Craske, M. G., Abelson, J., Martell, C., Wolitzky-Taylor, K., Bodurka, J., Thompson, W. K., & Aupperle, R. L. (2020). Protocol for a randomized controlled trial examining multilevel prediction of response to behavioral activation and exposure-based therapy for generalized anxiety disorder. Trials, 21(1), 17. https://doi.org/10.1186/s13063-019-3802-9p
Stein, A. T., Carl, E., Cuijpers, P., Karyotaki, E., & Smits, J. A. J. (2021). "Looking beyond depression: A meta-analysis of the effect of behavioral activation on depression, anxiety, and activation": Addendum. Psychological Medicine, 51(9), 1505–1506. https://doi.org/10.1017/S0033291720003050
Turner, J. S., & Leach, D. J. (2010). Experimental evaluation of behavioral activation treatment of anxiety (BATA) in three older adults. International Journal of Behavioral Consultation and Therapy, 6(4), 373-394. http://dx.doi.org/10.1037/h0100917
EMENTA
Diagnóstico do TAG
Modelo BA de psicopatologia
Escalas de ansiedade e ativação
Manejo das preocupações
Enriquecimento de agenda resolução de problemas
Problemas do sono
Casos clínicos
CONHEÇA A FORMAÇÃO ACADÊMICA DOS FACILITADORES:
Dr Paulo Abreu [CRP 08/10533] é autor do livro Ativação Comportamental na Depressão (Ed. Manole, 2020). Editor e autor dos livros "Transtornos psicológicos: Terapias baseadas em evidências" (Ed. Manole, 2021) e "Psicopatologia: Tratamento Comportamental Contextual" (Abreu & Abreu, 2022). Psicólogo clínico, coordenador, Behavioral Activation Trainner e professor dos cursos de pós-graduação do Instituto de Análise do Comportamento de Curitiba (IACC). Doutor pelo Departamento de Psicologia Experimental da USP. Especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva pela Universidade de São Paulo. Formação em Terapia Comportamental Dialética (DBT) pelo Behavioral Tech / The Linehan Institute. Foi editor chefe da Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. É ainda professor dos cursos de Especialização em Terapia Comportamental do Hospital Universitário da USP (HU-USP) e da Especialização de Terapia Comportamental e Cognitiva em Saúde Mental do Ambulatório de Ansiedade, Instituto de Psiquiatria, do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (AMBAN – IPq – HCFMUSP). É também docente internacional de cursos de pós-graduação. Professor do Máster en Terapias Contextuales y de Tercera Generación, do ÍTACA Salud, Espanha. Professor do Master en Terapias Conductuales en Infantojuveniles y Adultos, do Instituto de Terapias Cognitivo Conductuales (ITECOC), México. E professor do Formação em Terapia Comportamental Dialética (DBT) e Treinamento en Ativaçao Comportamental, do Instituto Contextual Roots, Peru. Autor de muitos artigos científicos nacionais e internacionais sobre depressão, terapias comportamentais contextuais e análise do comportamento.
Dra Juliana Abreu Juliana Helena Abreu [CRP 08/IS-324] é autora do livro Ativação Comportamental na Depressão (Ed. Manole, 2020). Editora e autora dos livros "Transtornos psicológicos: Terapias baseadas em evidências" (Ed. Manole, 2021) e "Psicopatologia: Tratamento Comportamental Contextual" (Abreu & Abreu, 2022). Psicóloga clínica, coordenadora, Behavioral Activation Trainner e professora dos cursos de pós-graduação do Instituto de Análise do Comportamento de Curitiba (IACC). Mestre em Psicologia Experimental pela PUC-SP. Doutora pelo Departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da USP. Especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva pela Universidade de São Paulo. É ainda professora do curso de Especialização em Terapia Comportamental do Hospital Universitário da USP (HU-USP) e da Formação de Terapia Comportamental e Cognitiva em Saúde Mental do Ambulatório de Ansiedade, Instituto de Psiquiatria, do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (AMBAN – IPq – HCFMUSP). Professora do Intensivo en Terapias Conductuales y Contextuales en Múltiples Aplicaciones Clínicas, do Instituto de Terapias Cognitivo Conductuales (ITECOC) no México. Professora do Master en Terapias Conductuales en Infantojuveniles y Adultos, do Instituto de Terapias Cognitivo Conductuales (ITECOC) no México. Autora de muitos artigos científicos nacionais e internacionais sobre depressão, terapias comportamentais contextuais e análise do comportamento.
PÚBLICO-ALVO
Psicólogos e médicos psiquiatras; estudantes de psicologia e psiquiatria