Curso de Ativação Comportamental no Transtorno de Ansiedade Generalizada
De acordo com o relatório recente publicado pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2017), o Brasil alcançou a primeira posição global de prevalência de transtornos de ansiedade, atingindo 9,3% de sua população. E dentre os transtornos de ansiedade, destaca-se o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). No TAG a ansiedade e a preocupação são excessivas e difíceis de controlar.
O tratamento com antidepressivos é a terapêutica mais bem estabelecida para o TAG, o que evidencia efeitos sobre bases fisiopatológicas comuns da depressão (e.g., eixo hipotálamo-pituitária-adrenal). E o tratamento psicossocial de escolha vem sendo a terapia cognitivo-comportamental (TCC). Contudo ambos acumulam índices pobres de eficácia que variam muito, onde somente de 40-60% dos pacientes alcançam melhora (Santiago et al., 2020).
A Ativação Comportamental (BA) foi formulada originalmente para o tratamento da depressão, e conquanto não tenha sido designada como intervenção primária na ansiedade, sua concepção de etiologia para a psicopatologia envolveu diretamente comportamentos e contextos comuns. O interesse na aplicação da ativação comportamental (BA) nos problemas de ansiedade não é exatamente novo, acumulando publicações há quase 20 anos.
Metanálise recente (Stein et al., 2020) revisou os resultados de 28 ensaios clínicos randomizados (n=1853), com amostras de participantes com depressão, analisando os efeitos da aplicação da BA em sintomas ansiosos, depressivos e na ativação. E para a investigação do efeito sobre a ansiedade, 5 estudos (n=426) foram designados por preencherem todos os critérios metodológicos de inclusão das medidas de ansiedade. Os resultados demonstraram que comparativamente aos controles inativos (e.g., lista de espera, pílulas placebo, aconselhamento suportativo) a BA apresentou maior eficácia, com significativo tamanho de efeito. Esse efeito foi comparável aos dos controles ativos, como a terapia cognitivo-comportamental. A revisão encontrou também grande tamanho de efeito para os sintomas de depressão (g=0.83) e moderado para os comportamentos de ativação (g=0,64). Os achados são bastante animadores, apontando a BA como um tratamento eficaz para os sintomas ansiosos, sobretudo nos quadros de depressão com ansiedade.
Esse curso tem por objetivo apresentar uma concepção de psicopatologia para a Ativação Comportamental coerentes com os desafios clínicos próprios dos problemas de ansiedade, oferecendo intervenções funcionalmente-orientadas consistentes e estratégicas, baseadas em processos comportamentais, para que o profissional tenha em seu arsenal uma confiável proposta psicossocial.
Ementa
Diagnóstico do TAG
Modelo BA de psicopatologia
Escalas de ansiedade e ativação
Manejo das preocupações
Enriquecimento de agenda resolução de problemas
Problemas do sono
Casos clínicos
Professores
Dr Paulo Abreu [CRP 08/10533]
Dra Juliana Helena Abreu [CRP 08/IS-324]
Público-alvo
Psicólogos, Psiquiatras, Estudantes Graduandos e Residentes
Informações
Carga horária: 8 hs
Horário: breve
Dias: Breve - Online